segunda-feira, 30 de março de 2009

Piratas do "bolinha" são presos pela PF com ajuda do FBI e Anatel

Acionada por autoridades dos EUA, PF desarticula bando que usava ilegalmente aparato americano de comunicação.

Um homem foi preso e dezenas de equipamentos clandestinos para captação de sinais de satélites, apreendidos, ontem, durante a Operação Satélite, deflagrada pela Polícia Federal em seis estados, entre eles Minas Gerais. Dos 20 mandados de busca e apreensão expedidos pela 2ª Vara Federal de Florianópolis (SC) - onde começou a investigação -, metade foi cumprida em cidades mineiras: Caratinga, Governador Valadares e Ubaporanga, no Vale do Rio Doce, além de Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Também em Minas, foi feita a única prisão registrada durante a ação, em Unaí, Noroeste do estado. Segundo a PF, os equipamentos apreendidos interceptavam sinais de satélites militares dos Estados Unidos e eram usados por brasileiros para se comunicar ilegalmente. Não está descartada a hipótese de que o artifício servisse ao crime organizado, o que ainda será investigado pela PF.

Cerca de 30 policiais federais cumpriram os mandados em todos os endereços previstos, onde encontraram transmissores, rádios, antenas e acessórios. Buscas e apreensões também foram feitas em Goiânia, Barra do Garça (MT), Palmas e Araguaína (TO) e São José (SC). O homem preso em flagrante em Unaí é suspeito de fabricar aparelhos que possibilitavam a comunicação clandestina. Seu nome não foi divulgado. Nas outras cidades, responsáveis pelos equipamentos apreendidos foram levados para prestar depoimento, mas foram liberados em seguida.

"Era um grupo de pessoas que encontrou uma forma fácil, gratuita e ilegal de se comunicar", resumiu o delegado Igor de Araújo Cedrola, responsável pelas buscas em Governador Valadares. Ele localizou receptores e antenas em dois endereços da cidade e ouviu depoimentos dos donos dos equipamentos durante a manhã. O teor das conversas e a ligação entre as pessoas que usam o sistema clandestino não foram divulgados pelo policial, para não atrapalhar as apurações. A PF investiga a suspeita de envolvimento de usuários dos equipamentos com o narcotráfico e o crime organizado.

Conhecido no Brasil, por hackeres e radioamadores, como "satélites bolinha", os satélites Fleetsat são controlados pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, que forneceu à PF as coordenadas geográficas com a localização dos suspeitos de usar os equipamentos.

Ao ser preso, em 2001, em trecho colombiano da selva amazônica, Fernandinho Beira-Mar usava aparelhos semelhantes de comunicação por satélite. Em São Paulo, equipamentos e antenas de fabricação caseira que operam na mesma frequência dos satélites norte-americanos foram apreendidos com lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC) nos últimos anos. Representantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) também usam regularmente tecnologia do tipo.

Os militares norte-americanos fizeram a triangulação dos sinais de emissão com precisão, para repassar os dados às autoridades brasileiras, que ontem, além de agentes da PF, mobilizaram na operação servidores da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Mesmo se a polícia não comprovar o envolvimento dos donos e usuários dos equipamentos com o crime organizado, eles serão processados por desenvolver clandestinamente atividades de telecomunicação, crime previsto na Lei Geral das Telecomunicações, de 2007. Se condenados, estarão sujeitos a penas que variam de dois a quatro anos de prisão, além de multa de R$ 10 mil.

Maria Clara Prates
Fonte: Estado de Minas - 19/3/2009.




Dei muita risada quando li esta noticia.... talvez agora os piratas pensem duas vezes antes de sair por aí dando portadora nas conversas dos outros.
73's
Irmãos Radioamadores.

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Terça-feira dia 31/03 é a data do vencimento para pagamento do fistel de 2009.